Se a cultura das pessoas não mudar de nada adiantam programas de
Compliance, LGPD, transparência ou coisa que os valham.
Compliance, LGPD e transparência só existirão se as pessoas quiserem.
O presidente global do Carrefour nunca tinha ouvido falar da Vector Segurança.
O brasileiro também não.
Talvez ninguém na multinacional francesa fora de Porto Alegre a conhecia.
Apesar disso, o que alguns prestadores de serviços fizeram repercutiu para sempre na vida deles e do grupo e provocou desgaste institucional e perda de R$ 2 bilhões em uma semana.
“Temos vergonha do que aconteceu”, disse um preposto.
E o que aconteceu?
Pessoas terceirizadas mataram um cliente.
Quando faço palestra sobre eventos adversos na saúde sempre falo que os erros grandes são consequência do cometimento de vários erros pequenos em série.
É inacreditável a quantidade de falhas ocorridas nos procedimentos, mecanismos, controles e indicadores que acarretam a realização de cirurgia no paciente errado ou a ministração de medicamento equivocado que provoca a morte do doente.
Treinamentos, capacitação, educação continuada e tudo o mais o que o mercado criou às vezes falham porque lá na ponta tem gente que oscila. E muito.
Alguém já disse que administrar é fazer as pessoas felizes.
Se todas as pessoas não se conscientizarem disso a gestão deixa de fazer sentido.
Compliance, LGPD e transparência só existirão se as pessoas quiserem.
É mudança de cultura e não modelos jurídicos ou tecnológicos.
Há chão ainda.
Compliance e LGPD = mudança de cultura.