Existiam pobres? Sim, 13 milhões nas favelas. Existiam moradores de rua? Sim, 25 mil só na capital de São Paulo. Existiam desempregados? Sim, 12 milhões de pessoas no Brasil. Existia subfinanciamento na saúde? Sim, o seu orçamento perdeu R$ 20 bilhões em 2019 (EC 95). Convivemos com essa realidade há décadas e tocamos a vida, cada um cuidando dos seus problemas. A conjuntura era igual a de hoje. A solidariedade é hobby, exceto para os idealistas de sempre. O coronavírus revirou o mundo, escancarou as mazelas e as jogou na nossa cara, mostrando o que sempre existiu. Em isolamento há tempo e reportagens mostrando as aglomerações de pessoas para pegar uma quentinha de comida, cenas para as quais abanamos a cabeça com reprovação. Aprendemos com a Covid-19? Sim. As distâncias sociais serão diminuídas? Não. A população experimentará malefícios maiores. Assimilaremos essa experiência diária para transformá-la em crescimento e mudança de comportamento individual em prol da coletividade? Não. Nenhum distúrbio social é desconhecido. Não os resolvemos porque não podemos, não queremos e por causa de vários “nãos” usados como desculpa. Você pensa diferente? Ótimo. Tomara que você esteja certo. Quero engolir minha opinião. Quando acontecer eu o farei.