Apesar dos pesares e das forças contrárias, o Terceiro Setor avança. Entidades sem fins lucrativos sérias e comprometidas com a evolução da sociedade, em seus diversos aspectos, continuam a promover ações em prol dos esquecidos pelos governantes.
Essas entidades não estão preocupadas em incrementar suas atividades somente a cada 4 anos. Ao longo de todos os anos elas atuam da mesma forma e com a intenção de aumentar sua abrangência para que possam atender mais pessoas.
O município de São Paulo editou decreto em julho/2006 regulamentando lei de janeiro/2006 que trata da participação de entidades sem fins lucrativos na gestão de estabelecimentos públicos de saúde, após a sua qualificação como Organização Social (OS). É mais um passo para que um forte segmento do Terceiro Setor mostre sua força, organização e competência para ajudar a atender com dignidade e resolutividade o cidadão que necessita do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Ministério Público Federal de São Paulo ajuizou Ação Civil Pública contra o município de São Paulo e a União Federal e requereu que o Judiciário determinasse ao primeiro que não qualificasse entidades do Terceiro Setor como OS e que com elas não firmasse contratos de gestão para prestar serviços públicos de saúde.
Este pedido foi atendido pela juíza federal de primeira instância mas a sua decisão foi cassada pelo Tribunal Regional Federal de São Paulo, o que, na prática, autoriza o município de São Paulo a contar com as entidades sem fins lucrativos para melhorar o atendimento da população e cumprir a sua função constitucional, tal qual faz o Estado de São Paulo desde 1998, sem que ninguém tenha se insurgido contra este modelo até hoje.
Já está passando da hora de esquecermos nossas mazelas intelectuais e tendências pessoais e pensarmos na coletividade, pois só assim chegaremos a algo diferente da mesquinhez egoísta que insiste em nos rodear.
Não podemos nos deixar influenciar pelo pensamento do filósofo George Berkeley (nomeado bispo na Irlanda), que considerava que o mundo era apenas uma ilusão. Ao contrário, devemos praticar e aplicar o empirismo e o pragmatismo em prol do bem estar de todos nós.