Ação judicial de erro médico se ganha na perícia, não no grito.
O advogado do paciente foi agressivo ao relatar o pretenso erro médico na ação judicial.
A ênfase me chamou atenção, pois o colega queria ganhar o processo no grito.
A experiência incrementa a leitura com muitos ingredientes.
Você ganha filtro mental natural e aprende a analisar os fatos com cuidado, ainda mais aqueles que dependerão de perícia para serem confirmados.
O médico me contou os detalhes do atendimento, me debrucei sobre o prontuário e li a literatura.
A impressão inicial se confirmou tecnicamente: o advogado do paciente foi com sede demais ao pote e concluiu erroneamente que a redução de mobilidade temporária seria erro médico.
Ele pediu R$ 1 milhão de indenização.
Na defesa mostrei as impropriedades e os devaneios escritos pelo advogado e indiquei que a perícia médica definiria a situação.
O advogado detonou mais ainda meu cliente na réplica.
Na tréplica refutei as insinuações infundadas e ressaltei que a perícia iria mostrar a correção da conduta do médico.
Veio a perícia, que apoiou cada afirmação que fiz na defesa, pois elas tiveram por base a literatura médica e a casuística mundial acerca da patologia e do tratamento.
Não é mágica. É ciência aplicada sem emoção a caso concreto catalogado e conhecido mundialmente, mas que o colega quis transformar em erro.
Ação judicial de erro médico se ganha na perícia, não no grito.