“Deus te deu uma vida para você não cuidar da minha”, está escrito no para-choque do caminhão, dela havendo muitas variações. “O que faço é problema meu”, “o segredo da paz é cada um cuidar da sua vida” são outros exemplos tradicionais. E modernamente se usa outra: “Se organizar direitinho dá para cada um cuidar da sua vida e ainda sobra tempo de hidratar o cabelo.” Todas são verdadeiras, válidas e precisam ser praticadas. Individualmente. Quando se trata do coletivo, porém, a coisa muda. Ou deveria mudar. Se você bate no peito e se vangloria ao dizer “se eu precisar tomarei cloroquina e foda-se”, num individualismo egoísta e egocêntrico sem se preocupar com as outras pessoas, você é só … bobo. Muitos brasileiros são assim, infelizmente. Basta ver as ruas nesses tempos de isolamento, feriados antecipados e tentativas de impedir as pessoas de circularem. Se houvesse lockdown voluntário o obrigatório não precisaria ser decretado. E mesmo quando ele é imposto os índices não aumentam como deveria. E pau no governo, seja ele qual for, como se ele fosse o culpado de a pessoa não exercer a cidadania. Confrontadas com essa realidade as pessoas, como num mantra, tergiversam e respondem em uníssono: e a economia? Aí fugimos do assunto, cessa a discussão e a conversa vira ofensa.