O SUS não vai melhorar. Ele é usado como troféu e quando convém por quem quer aparecer bem na foto mas que depois o esquece. O SUS é subfinanciado desde quando foi criado pela Constituição de 1988. Temos três décadas de promessas, de empréstimos subsidiados – que têm que ser pagos -, de falta de interesse da política e de ação planejada duradoura. O SUS foi recentemente enaltecido quando Bolsonaro foi bem atendido na santa casa de Juiz de Fora, o que colocou em evidência o bom trabalho que as mais de 2.000 entidades fazem pelas pessoas, mesmo sem dinheiro. Mas o que mudou efetivamente? Nada. A tabela do SUS não foi reajustada, a forma de remuneração não foi alterada e não foi criada política consistente a ser desenvolvida. Agora, o coronavírus provoca nova onda de simpatia ocasional pelo SUS, que é o melhor e mais amplo programa de atendimento de pessoas do mundo, mas não tem dinheiro para fazer isso com eficiência. O SUS precisa de gestão profissionalizada, de política programada e de dinheiro para que funcione a contento. Não temos isso hoje, não tivemos no passado e não teremos daqui para frente. Passada a pandemia, o SUS sairá dos holofotes e as santas casas e profissionais da saúde continuarão com as suas dificuldades cotidianas. Parece ser a sua sina.