É crescente o número de processos contra médicos, que podem ser cíveis (ações judiciais de indenização), disciplinares (infração ética apurada pelo Conselho Regional de Medicina) ou criminais (nas delegacias e no Judiciário).
Isso se deve: a) à crescente conscientização dos pacientes em relação a seus direitos, o que decorre da ampla divulgação do Código de Defesa do Consumidor; b) ao exercício da cidadania pela população; c) à desmistificação da “superioridade” do médico em relação ao leigo; d) à entrada em vigor do novo Código Civil (em 2003); e) ao aumento do número de escolas médicas, que nem sempre oferecem boa formação ética e humanística; e f) à propagação de “erros médicos” pela mídia.
O CREMESP classificou a ortopedia em 3o. lugar nas especialidades médicas com mais denúncias (em pesquisa de 1995 a 2001), atrás da ginecologia e obstetrícia (1o. lugar) e da pediatria. Aquele Conselho apurou que os médicos mais denunciados possuem de 11 a 20 anos de inscrição nos seus quadros, seguidos pelos de 21 a 30 anos e pelos de 0 a 10 anos.
Em 2002, o CREMESP cassou 16 diplomas de médicos.
Em relação à ortopedia, os motivos de denúncias mais freqüentes são: a) tratamento com utilização de gesso (má indicação, comprometimento do membro, seqüelas); b) exames médicos (falta de raio x, exames insuficientes, má avaliação); c) atestado médico (cobrança, tempo de afastamento insuficiente, negativa em fornecê-lo, não aceitação do atestado, divergências) etc.
Para evitar (ou minimizar) denúncias de pacientes ao CRM o médico deve dar bastante ênfase na relação que mantém com eles: tratá-los com atenção e fazê-los sentir que efetivamente estão sendo cuidados e que são alvo da sua dedicação profissional.
Muitas vezes, uma relação médico-paciente baseada na confiança e na sinceridade evita a punição do médico que, por descuido, tenha realmente cometido um engano.