O Código de Ética Médica (CEM) proíbe aquele profissional de receitar ou atestar de forma ilegível.
Infelizmente, grande parte dos médicos não cumpre essa obrigação e faz garranchos absolutamente incompreensíveis, seja em atestados, receitas ou no prontuário do paciente. Mais infelizmente ainda, no caso dos prontuários, é a inércia do Diretor Clínico dos hospitais, que a tudo vê impassível, sem observar uma das obrigações que lhe é inerente: a de fiscalizar o cumprimento do CEM.
Como resolver isso e fazer com que os médicos escrevam de forma entendível? Há algumas alternativas.
A Folha de S.Paulo noticiou que o Conselho Municipal do Idoso e o Centro Médico de Ribeirão Preto irão lançar a campanha “Receita médica legível: obrigação do médico, direito do paciente”, com anúncios na mídia impressa, outdoor, banners e veiculação ns TVs.
Perguntar não ofende: será que precisaria gastar razoável quantia de dinheiro para conscientizar os médicos que devem escrever direito? Esse capital não deveria ser empregado em coisas mais importantes ao invés de destiná-lo a lembrar aos médicos que devem cumprir Resolução emanada do seu Conselho de Classe e cuja observância é obrigatória?
É impensável e inaceitável que o médico (como qualquer outro profissional) escreva de forma ininteligível. Incomoda mais ainda saber que pessoas já morreram porque ingeriram drogas erradas, pois o balconista da farmácia não entendeu a letra do médico e entregou ao paciente outra medicação, com o nome parecido, que foi tomada sem cuidados maiores.
E olha que quase já estamos em 2005.
Outra solução seria o Diretor Clínico denunciar o médico que escreve de forma secreta à Comissão de Ética Médica para instauração de processo ético-profissional para apuração de infração disciplinar por descumprimento do artigo 39 do CEM, com a possibilidade de aplicação das penas cabíveis.
Qual será a solução mais eficaz?